segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Nominalização & Substantivação

TRANSFORMAÇÃO: Transforma elementos de uma classe de palavras em elementos de outra.

NOMINALIZAÇÃO: Pode ser por Derivação Regressiva ou por Derivação Imprópria.



 
A Nominalização e a Substantivação são processos de formação de palavras que determinam a Coesão Lexical*. Essa Coesão ocorre por três sistemas: Transformação, Colocação e Reiteração. Nosso foco será o sistema de transformação, pois é nele que ocorrem os processos de Nominalização e Substantivação.
 
 
NOMINALIZAÇÃO: Pode ser por Derivação Regressiva ou por Derivação Imprópria.


Derivação Regressiva: Muda a classe gramatical e a estrutura da palavra.

Exemplo:
Ele não veio JANTAR. (verbo)
Ele não veio ao jantar. (subtantivação -não sobre alteração na estrutura da palavra.)
Ele não veio para a janta. (derivação regressiva -perdeu elementos =janta.)
 
"Jantar" por "a janta" (retira o R e muda a estrutura da palavra. Por consequência, muda a classe gramatical - de um verbo para um substantivo).

Você viu que o substantivo "JANTA" perdeu um de seus elementos, o 'R'. Isso fez a palavra regredir de tamanho. Por isso, o nome DERIVAÇÃO REGRESSIVA. Note, também, que quando a palavra perdeu o R, ela mudou a classe gramatical - de um verbo (jantar) para um nome (janta). Assim se faz uma nominalização por derivação regressiva.

Outro exemplo seria o verbo ENCONTRAR pelo nome O ENCONTRO (retirou o R, a palavra diminuiu de tamanho (derivação regressiva) e mudou de classe gramatical).

Derivação Imprópria: Muda a classe gramatical, mas não muda a estrutura da palavra.
 
Exemplo 1: Ele encontra a namorada no parque. (encontra é um verbo)
Exemplo 2: O encontro dele com a namorada é no parque. (encontro é um substantivo)

Exemplo 3: Aquele garoto é bonito, mas é muito burro!(Burro, nesse caso é um adjetivo)

Exemplo 4: Aquele Burro é bonito! (Burrro, nesse caso, passou a ser o nome, o substantivo da frase)

A palavra burro - originariamente remete a um animal (substantivo) passou também a ser empregada na designação de qualquer pessoa a que se quer referir por sua inépcia (adjetivo).

Portanto....quando você mudou a classe gramatical, de Burro adjetivo para Burro substantivo, e nessa mudança nenhum elemento da palavra alterou...então você fez uma Nominalização dor DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA.

Outro exemplo: A palavra oliveira (substantivo comum), que pode se transformar num sobrenome de família (Oliveira: substantivo próprio).
OBS: A derivação imprópria, por não mudar a estrutura da palavra, ela não está no âmbito da Morfologia da palavra. Como muda apenas a classe gramatical e, portanto, muda o sentido, está no âmbito da Semântica (sentido). 

SUBSTANTIVAÇÃO: 
Ocorre por Derivação Sufixal.

Derivação Sufixal:
Acrescenta sufixo - Isso faz com que a estrutura e a classe gramatical da palavra variem.
 
ler = leitura
tímido = timidez
afastar=afastamento
continuou= continuação
telefonar = telefonema
Exemplo: Ele não telefonou. (verbo) 

Exemplo: Ele não deu um telefonema (- acrescenta o sufixo, a classe gramatical que mudou de um verbo para um Substantivo).
 
****LEMBRAR que os verbos no gerúndio são tornados em SUBSTANTIVOS!
Pensando =  pensamento
Realizando=  realização
Nomeando = nomeação
Enjoando = enjoo
Apresentar =apresentação
 
 
 

* O que é Coesão Lexical?

É um mecanismo de coesão textual que envolve a repetição da mesma palavra ao longo do texto ou a sua substituição por outras palavras que com ela mantêm relações semânticas (sentido) de natureza semelhante.
 
 

Produção Textual 2 !

Esta postagem tem o objetivo de fazer o aluno conhecer o gênero textual “diário de leitura” tanto nas habilidades de leitura quanto na de produção textual.


O diário de leitura é, segundo Rachel Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (na obra Resenha - leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos, Editora Parábola), uma ferramenta para a leitura crítica de textos. As autoras defendem a ideia de que, com a prática do diário de leitura, o aluno poderá ter uma atitude de leitor ativo, interativo e crítico diante dos textos, o que, segundo elas, pode ajudá-lo a ter opinião mais segura e fundamentada sobre o texto lido.

Ponto de partida
O diário de leitura não é uma atividade a ser desenvolvida exclusivamente na sala aula. Pelo contrário. Deve ser iniciada pelo professor junto aos seus alunos na sala de aula (nas aulas de leitura, por exemplo), mas deve se estender para casa, como uma prática de estudo que acompanhará o estudante pela vida escolar afora, desde o ensino fundamental até a carreira universitária.
Objetivos
1) Levar os alunos à prática da leitura crítica do texto;

2) Desenvolver nos alunos técnicas de "diálogos" com o texto lido;

3) Motivar os alunos a manterem contato com a leitura e, ao mesmo tempo, incentivar a escrita: indiscutivelmente, práticas sociais de fundamental importância no mundo contemporâneo.
Estratégias
1) Peça aos alunos que cada um providencie um caderno. Nele serão anotadas as observações, os comentários, as dúvidas, etc. acerca da leitura que farão;

2) Esclareça para eles que o "diário de leitura" não é um diário íntimo, isto é, aquele em que se escreve sobre a vida, e sim um diário reflexivo de leitura;

3) Peça aos alunos que registrem tudo: a busca de objetivos para a leitura, a expressão de dúvidas diante da leitura, reflexões sobre as dificuldades com a leitura e tentativas de compreender suas causas ou, mesmo, reflexões sobre o processo de leitura;

4) Diga para não se preocuparem com o certo ou o errado, pois tudo o que se pensar ao ler o texto deverá ser registrado;

5) Explique ao alunos que, por se tratar de uma espécie de conversa, eles não devem falar o tempo todo, mas também devem ouvir o autor do texto que está sendo lido, pois, como numa conversação, também precisamos dar voz ao nosso interlocutor;

6) Para isso, há várias ações envolvidas: falamos, escutamos, concordamos, discordamos, interferimos, perguntamos, etc. Esse movimento permite que ambos (autor do texto e aluno), falem e escutem.
Comentários
O diário de leitura não é um texto para ser entregue ao professor, pois, como o próprio nome sugere, é um diário, ou seja, um texto que apenas o aluno irá ler. Todavia, se houver a necessidade de que o texto seja entregue ao professor, uma segunda versão deverá ser elaborada, verificando se há alguma informação que o aluno prefira omitir, se ele deseja rever suas posições, ou mesmo melhorar o texto, não se esquecendo de que, pelo fato de entregar ao professor, o caderno deixa de ser um diário.

Observações: Não esqueçam de colocar a data, os comentários pessoais sobre a leitura e inclusive, fazer intertextualidade ao longo da leitura, relembre outros textos já lidos.
Digam: Olá! (no início da escrita)
E não esqueçam da despedida: Até mais! Tchau! Boa noite! (ao término da escrita)
Instruções para elaboração do diário de leitura

1. Observe o título do texto e registre no seu diário:
- suas impressões: gostou ou não?
- tem vontade de ler?
- que tipo de texto espera encontrar? Sobre o que você acha que o texto trata?

2. Antes de iniciar a leitura, observe todas as informações - (verbais ou não-verbais) - que podem ajudá-lo a melhor compreender o texto: a última capa, a orelha, as notas sobre o autor, a bibliografia (se houver), o índice, etc. Anote tudo o que você julgar importante e as idéias que você for tendo a respeito do texto a ser lido.

3. À medida que você for lendo, vá registrando (sempre com frases completas):

a) as relações que você puder ir estabelecendo entre os conteúdos do texto e qualquer outro tipo de conhecimento que você já tenha (livros ou textos que já leu, aulas, músicas, filmes, sua experiência de vida, etc.).
b) as contribuições que julga que o texto está trazendo para: qualquer tipo de aprendizado, o desenvolvimento de sua prática de leitura, o desenvolvimento de produção de textos, algum trabalho que vai realizar, etc.
c) sua opinião sobre o texto, sobre sua forma e seu conteúdo: vá discutindo as idéias do autor (concordando ou discordando, levantando dúvidas)
d) vá registrando as dificuldades de leitura que encontrar e anotando os trechos que não compreender ou aqueles de que mais gostar.

4) Sempre justifique suas opiniões!